O campeão em título Miguel Nunes,
agora navegado por Roberto Castro,
não poderia ter um melhor arranque de época ontem no Rali de São
Vicente, pois garantiu a primeira vitória do ano de forma categórica.
Num dia em que a chuva ameaçou
mas não apareceu, houve surpresa
nos restantes ocupantes do pódio: o piloto da 'casa', Filipe Freitas com Daniel Figueiroa e os estreantes nestas
posições nos ralis, Paulo Mendes/Roberto Figueira, ambos em
Porsche.
O vencedor começou por deixar
bem vincado na especial espectáculo de Ponta Delgada, disputada na
noite de sexta feira, que tinha toda a
vontade e os argumentos, para começar a época da melhor maneira. É
verdade que após os abandonos de
Alexandre Camacho/Pedro Calado, devido a um toque que levou à quebra de um amortecedor na 8.a PEC e
de Pedro Paixão/João Paulo, que
abandonavam na especial anterior por avaria na direcção assistida, Miguel Nunes teve a vida mais "facilitada". Mas também é verdade que, até
ao abandono de ambos, Nunes detinha já uma vantagem confortável de
18,4 segundos para o segundo, que em condições normais não deveria
impedir o piloto da Lotes Team de
vencer com todo o mérito.
Prova
disso é a vitória em nove das dez especiais da prova, contra uma vitória
em especiais de Alexandre Cama-cho. Chegou a parecer fácil.
Filipe Freitas não teve um início
de rali fácil, pois um peão na última
curva da 'super especial' fê-lo perder
algum tempo. Porém, logo na primeira especial de sábado, conseguiu
traduzir em tempos toda a sua mestria ao volante do seu Porsche e
manteve uma luta interessante com
Pedro Paixão, ganhando algumas
PECs ao piloto do Peugeot 208 T16
R5.
A partir do abandono deste e de
Alexandre Camacho, teve apenas de
controlar o seu colega de equipa,
para comemorar esta segunda posi-
ção e o pódio no rali do seu concelho.
Sempre com ritmos muito fortes, Paulo Mendes causou alguma surpresa na noite de sexta-feira ao alcançar o quarto melhor tempo na
especial espectáculo de Ponta Delgada, mas ao longo do rali foi sempre
consistente e manteve lutas muito
interessantes com seu grande amigo
de longa data, José Camacho, já que
o seu colega de equipa Filipe Freitas
acabou por tornar-se numa miragem. Um pódio merecido para um
piloto que tem tido uma evolução
constante.
José Camacho e Nicodemo Câmara tiveram um ritmo bem vivo e uma
luta bem interessante com Paulo
Mendes ao longo do rali, mas problemas na parte da manhã com a
válvula pop off que controla a pressão do turbo e depois um peão também fez com que a dupla perdesse
algum tempo. Não fossem estes problemas, poderiam ter lutado pelo
pódio até o final.
Rui Jorge Fernandes/João Pedro
Freitas foram os quinto classificados, com o piloto a sofrer ainda
muitas dores no braço esquerdo
que fracturou no final do ano passado, mas com gasolina normal e
com apenas quatro pneus para o
rali todo, admitiu que seria difícil
fazer melhor. Venceu a RC3 e o
Troféu Eng. Rafael Costa.
Prova menos conseguida para
Rui Pinto/Ricardo Faria (6.) com
problemas de motor do Ford Fiesta
Rally 2, seguido por Dinarte Baptista e Rui Madeira (7.9), Ivo Sardinha/Marco Leça (8.) e Miguel
Caires/João Sousa (9.9), que tiveram uma luta aguerrida pela RC4,
com vitória para o primeiro por
apenas 1,1s e a encerrar o top 10 ficaram Pedro Macedo e Énio An-
drade. Filipe Silva/Nélio Martins
(139), foram os vencedores do Troféu Eng° Rafael Costa.
REACÇÕES
MIGUEL NUNES: Não foi uma vitória nada fácil. Primeiro foram as dificuldades para montar o projecto e
termos um Skoda e conseguimos.
Isso deu-nos alguma vantagem por
já conhecermos o carro e termos
uma boa base de trabalho e com o
apoio da Racing Factory consegui-
mos ter um carro fantástico e gerir a
prova da melhor maneira.
FILIPE FREITAS: Este segundo lugar tem quase cheiro a vitória,
principalmente pelo andamento
que conseguimos imprimir na parte
da manhã e pelo facto de termos
conseguido ombrear com o Pedro
Paixão e com um R5. Por isso a equipa está toda de parabéns.
PAULO MENDES: A sensação deste
terceiro lugar é muito agradável, estamos muito satisfeitos com o resultado, mesmo sabendo que beneficiamos de abandonos de outros mas
os ralis são mesmo assim. Os meus
parabéns à equipa e ao Filipe Freitas, porque sem eles não estaria nos
ralis.
FABIANA FERREIRA (DIRECTORA DE PROVA) Correu tudo bem durante a pro-
va. Não houve acidentes, cumpri-
mos os horários e tanto equipas
como público gostaram do figurino
da prova, por isso só pode positivo.
Esta minha primeira experiência na
função foi positiva e espero poder
repetir no futuro.
CLASSIFICAÇÃO FINAL
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