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WRC | RALI DE PORTUGAL • A IMPORTÂNCIA DOS COMBUSTÍVEIS SUSTENTÁVEIS


Os responsáveis da P1 Fuels e da FIA apresentaram no Vodafone Rally de Portugal alguns detalhes sobre os combustíveis sustentáveis que são utilizados no WRC. Porque há corridas que todos temos de ganhar.

Desde 2022 que os motores de combustão das principais categorias do WRC (Rally1, Rally2 e Rally3) utilizam exclusivamente e-fuel, um combustível neutro em carbono, sustentável e, como tal, muito mais amigo do ambiente. Mas, afinal, que combustível é este e porque é considerado mais sustentável? Para começar há que diferenciar entre Bio-fuel e E-fuel, já que ambos entram na composição do combustível utilizado nos carros de WRC. Ao contrário dos bio-fuels de 1ª geração, que eram provenientes de matérias-primas que também podiam ser utilizadas para a alimentação, o chamado Bio-fuel avançado é originário de matérias-primas não alimentares, como os resíduos agrícolas ou industriais, incluindo os óleos e gorduras utilizadas para confecionar alimentos.

Os E-fuels são produzidos sinteticamente e resultam da combinação de hidrogénio com carbono. O primeiro pode ser obtido através de eletrólise (recorrendo a energia de fontes renováveis) enquanto o carbono é capturado na atmosfera, nomeadamente através do ar que é filtrado para extrair o dióxido de carbono. O CO2 emitido pelo escape é o mesmo que será capturado da atmosfera para produzir o e-fuel, sendo por isso um combustível sustentável e neutro em carbono.

No caso dos carros do WRC, o combustível utilizado é fornecido pela P1 Racing Fuels e resulta da combinação de sete elementos, sendo que os dois principais são o bio-fuel e o e-fuel, embora em percentagens diferentes. Este combustível tem 101 octanas e é rigorosamente igual para todos carros e equipas, incluindo as que competem no WRC2 e WRC3.

Qual será o caminho a seguir no futuro?

O desafio lançado pela FIA é que o WRC seja neutro em carbono em 2030, mas acredita-se que é possível ter todos os carros a utilizar exclusivamente e-fuel em 2028. Isto porque, através da economia de escala e da evolução tecnológica, este será cada vez mais acessível e estará disponível em maior abundância.

Mais uma vez se prova que a competição é um verdadeiro laboratório para tecnologias disruptivas que, mais tarde, poderão ser aplicadas em larga escala na produção automóvel e não só. Dada as condições extremas enfrentadas por um automóvel de competição, em particular num ambiente tão desafiante como o dos ralis, quaisquer falhas ou problemas que possam surgir serão de imediato identificadas e uma solução terá de ser encontrada com rapidez, pelo que é o ambiente perfeito para testar este tipo de tecnologias e soluções.
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