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CMR | RVM • METAS DELINEADAS PELOS PILOTOS DA CASA


Expetativas dos principais intervenientes do Campeonato da Madeira de Ralis em 2023, na entrada para a 64ª edição da maior prova de automobilísmo na Região Autónoma da Madeira, o Rali Vinho Madeira. Damos também voz a outros madeirenses, que voltam ao asfalto após longo interregno na competição automóvel.

Atual campeão de ralis da Madeira em título, Miguel Nunes (Škoda Fabia Rally2 evo) vai ser uma das referências para os pilotos que têm ambições a vencer esta edição do Rali Vinho da Madeira. Tem consciência dessa realidade e apenas promete dar o máximo, procurando repetir o sucesso conquistado há três anos. “Para os pilotos madeirenses é a prova mais importante do ano e todos gostam de estar em bom plano no decurso da mesma. Em 2020 conseguimos vencer e o primeiro lugar escapou-nos mais algumas vezes, depois de estarmos em condições de o alcançar. Vamos tentar vencer novamente. Para ser sincero, conhecemos muito bem a maior parte das classificativas do rali. Quando me deito à noite e fecho os olhos, tenho as classificativas todas na cabeça. Claro que há sempre uma ou outra que conhecemos melhor. Por exemplo, o troço do Ribeiro Frio, que agora não se faz, conheço quase de olhos fechados, pois quando era criança passava lá todos os dias e durante vários anos. Não sou o número um, porque há um leque que pode estar nessa luta, a começar pelos dois madeirenses mais fortes, nós e o Alexandre Camacho. Depois incluo também o Campedelli, que competiu cá em 2022 pela primeira vez, andou muito bem e agora surgirá ainda mais forte, e também o Kris Meeke. Tem estado fantástico no CPR e lembro que já fez este rali duas vezes, sendo rápido de ambas as vezes, bem como o Basso, vencedor de várias edições da prova e com ampla experiência nestas classificativas. E há que contar ainda com o pelotão nacional, entre os quais destaco o José Pedro Fontes e o Armindo Araújo, agora com o novo Škoda. Portanto, há um leque grande de pilotos que vai estar na luta pela vitória”.

Recordista de vitórias (cinco) no rali mais importante da região que o viu nascer, Alexandre Camacho (Škoda Fabia Rally2 evo), pelo seu historial recente, pode ser apontado como o indiscutível favorito à vitória na edição 2023 do Rali Vinho da Madeira. “É importante referir que essas cinco vitórias são resultado de imenso trabalho e empenho, tanto meu como do navegador, da equipa e dos patrocinadores, até porque foram sempre ralis muito disputados, nos quais tivemos que dar o máximo dos máximos. Mas é gratificante, porque se trata de uma prova ímpar e muito especial para todos nós. Acho que a principal diferença tem a ver com os meios que hoje existem. Com as novas regras da FIA e o lançamento dos Rally2, passou a existir um equilíbrio que outrora não acontecia e era impossível. As equipas, sejam portuguesas ou estrangeiras, têm acesso ao mesmo material e, paralelamente, à tecnologia e ao conhecimento. Hoje há um nivelamento por cima quer a nível nacional quer internacional. Sou capaz de saber qual a curva que vem a seguir, mas a velocidade a que seguimos é tão elevada que se eu não obtiver a confirmação [‘nota’], uma simples hesitação traduz-se na perda, sei lá, de muitos décimos que podem, até, chegar a um segundo. Há uns anos, lembro de terem avariado os intercomunicadores num troço de sete quilómetros que percorríamos pela segunda vez. Sinceramente, acho que o Miguel Nunes será sempre a nossa referência, dado estarmos a competir com ele no Campeonato da Madeira. Contudo, terei sempre que olhar para os tempos do Kris Meeke, que será capaz de fazer aqui um bom rali. Tem sido brilhante, até agora, no CPR e é um piloto a ter em conta. Não me sinto o número um, mas sim um dos pilotos com possibilidades de vencer. Inequivocamente, não posso dizer que sim. Há uns tempos, depois de ganhar dois ralis, diria que era candidato ao pódio. Depois de vencer cinco vezes o ‘Vinho da Madeira’ dizer-lhe que não sou candidato soaria um bocado a esquisito. Para ser honesto, não me vejo na pele de número um, mas apenas na de um dos que estão no lote capaz de lutar pela vitória. Acho que nada me aborrece! Este rali é mais em tudo, desde os dias de competição, a mais pilotos competitivos e a maiores dificuldades. E havendo competitividade, para mim é bom. Gosto de sentir essa pressão!…”.

Miguel Caires arranca com o Skoda Fabia R5 para um Rali Vinho da Madeira em que tem como objetivo, “antes de mais, desfrutar desta verdadeira gala do desporto automóvel. Este é um ano especial, com uma lista fantástica, em que quatro ou cinco pilotos podem lutar pela vitória e em que deve haver lutas interessantes nas várias classes. Vamos nos concentrar em continuar a nossa aprendizagem e o nosso caminho de evolução, o que temos vindo a fazer prova a prova. O Rali Vinho da Madeira é muito longo e, como tal, tempos maiores possibilidades de aprender. Ainda mais com tantos concorrentes. A nível pessoal, seria uma vitória conseguir levar colocar o nosso carro entre os dez primeiros classificados”.

João Silva regressa ao Rali Vinho da Madeira com um Peugeot 208 Rally4 e o seu objetivo passa por ser “o melhor entre os utilizadores de viaturas de duas rodas motrizes. O ano passado conseguimos isso e gostaríamos voltar a repetir o sucesso. Em 2023 surgiu também a oportunidade de integrar a Peugeot Rally Cup Ibérica e isso criará mais um ponto de interesse pois vamos enfrentar adversários que, apesar de jovens, já demonstraram o seu valor e têm grandes andamentos. Nesse contexto, não há nada garantido. Julgo que nas duas rodas motrizes devem prevalecer os concorrentes com viaturas idênticas à nossa, o que vai obrigar a nos aplicarmos para criar a diferença”.

Filipe Freitas volta ao Rali Vinho da Madeira com o Porsche 991 GT3 e pretende “andar o melhor possível e ganhar o grupo RGT. Neste rali seremos 5 concorrentes neste agrupamento e isso trará maio animação. Para além disso, vou aguardar e ver durante a prova onde nos posicionamos para estabelecermos metas no que toca à classificação geral. Em Machico ainda faltavam ao nosso carro algumas peças de que já vamos dispor nesta prova e, logicamente, os nossos tempos deverão melhorar. O ano passado penamos com falta de pneus e em 2023, pelo menos nesta fase, ainda não sabemos se iremos dispor de todos os que necessitamos. Espero que o tempo esteja ameno pois, com os Porsche, sofremos muito com chuva ou grande calor”.

Vítor Sá estreia-se ao volante de um Peugeot 208 Rally4 no Rali Vinho da Madeira. Nessas circunstâncias, vamos primeiro ver o que o carro vale pois não o conheço e nunca o conduzi. Só vou descobrir a viatura, da equipa Enjolras, no shakedown e, na prova, tentarei me entrosar com a viatura metro a metro. Sei que é um modelo com potencialidades mas primeiro teremos que o ir adaptando e melhorando ao nosso estilo. Neste rali vou também ter um novo copiloto, Victor Calado. Apesar de tanta novidade, optamos por estar na Peugeot Rally Cup Ibérica pois achamos que devíamos fazer parte desta competição tão disputada. No entanto e dados os condicionalismos, vou correr sem qualquer tipo de pressão quanto a resultados”.

Dinarte Baptista alinha no Rali Vinho da Madeira “com os mesmos objetivos de sempre numa prova tão longa. Queremos terminar mostrando um bom andamento. Neste rali seremos visitados por muitos pilotos da nossa classe mas não vamos entrar em lutas a esse nível. Ainda não tempos capacidade para tal pois não dispomos dos meios para isso. A nossa realidade é outra. Vamos nos concentrar no campeonato da Madeira e rodar o máximo que pudermos em classificativas míticas. Até para conhecer melhor o carro. Queremos, sobretudo, gozar a semana toda, o máximo que pudermos”.

Renato Pita alinha no Rali Vinho da Madeira com o habitual Peugeot 208 Rally4 e, “tal como definido no começo ano, o nosso objetivo será o campeonato da Madeira de duas rodas motrizes. Queremos voltar a lutar com o Artur Quintal, Pedro Macedo e Dinarte Baptista para manter a segunda posição nessa competição, já que o João Silva tem se mostrado inatingível. Acabamos por não incluir a copa ibérica mas será bom termos muitos adversários em carros semelhantes para ver onde nos posicionamos, nunca fugindo ao que está traçado. Este é um rali longo e optamos por alterar alguns componentes mecânicos. Vou aproveitar a experiência de 2022 com o excelente entrosamento, em bom ambiente, com a minha navegadora, Rubina Gonçalves, uma mais-valia para o projeto”.

Artur Quintal alinha no Rali Vinho da Madeira com o habitual Peugeot 208 Rally4, com o qual pretende “estar na luta pelo pódio dos concorrentes com viaturas de duas rodas motrizes. Como julgo que serão os Rally4 a liderar a categoria, gostava também de estar entre os três primeiros da Peugeot Rally Cup Ibérica, em que vamos estar inseridos. Estamos curiosos e ansiosos por fazer parte de uma competição monomarca com tantos concorrentes. Os madeirenses terão a vantagem do conhecimento do terreno, que aqui é importante e tem se mostrado importante mais-valia sempre que alguém nos visita. Vamos trabalhar no acerto e na descoberta do carro para sermos mais rápidos, o que nos tem faltado”.

Gil Freitas estreia um Alpine A110 RGT no Rali Vinho da Madeira, numa presença em que “o essencial é participar, concluir e tentar se divertir ao máximo. Arrancamos sem qualquer meta em termos de classificação ou resultados. Só vou conduzir o carro um dia antes da prova e só durante a competição é que vou ir conhecendo o Alpine da Chazel, uma das equipas que o desenvolveu. Julgo que esta será uma edição muito competitiva ao nível do grupo RGT e estou sem ritmo. Vamos participar e rodar. Para nós será tudo novo. Não há nada a estranhar senão tudo”.

Pedro Mendes Gomes regressa ao Rali Vinho da Madeira com um VW Polo Rally2 e quer se “divertir ao máximo. Não consigo imaginar aonde poderemos chegar pois será muito difícil andar na frente tal a concorrência. Estamos parados há 3 anos e neste momento o ritmo dos principais pilotos é muito forte. Vamos aproveitar a experiência. Realizamos um teste em Espanha, em que experimentamos mesmo dois tipos de pneus, e o carro pareceu-nos muito bom. Ficamos surpreendidos. Agora teremos que o adaptar às estradas locais. Seria muito bom repetirmos um lugar entre os dez primeiros classificados”

Duarte Abreu regressa, com um Škoda Fabia Rally2 Evo, à modalidade no Rali Vinho da Madeira, uma prova em que o objetivo é “acima de tudo, terminar, e fazer esquecer o último em que participei. Arranco sem quaisquer metas desportivas ou de classificação. Quero, sobretudo, fazer ver a todos que, mesmo vítima de doença e passados 16 anos que soube dessa, vou fazer o Rali Vinho da Madeira. Consegui montar este projeto com a ajuda da Delta Rally e Vespas, entre outras empresas, e quero mostrar também aos mais jovens que as coisas podem sempre se fazer amanhã. Há 14 anos que estou fora e sei as dificuldades que me esperam. As pessoas têm de ter sempre objetivos. Esta não é uma despedida e pretendo voltar a esta prova daqui a 10 anos.”

O Rali Vinho Madeira vai para a estrada a 3 de Agosto, decorrendo até ao dia 5 de Agosto.
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